Concurso: Estátua a S. Nuno de Santa Maria
Equipa: Pedro Resende, Daniel Bento e Mário Mendes
Memória Descritiva:
O terreno da intervenção pertence a uma importante parte do centro histórico de Barcelos, um espaço com ligeira pendente e um amplo campo de visão. Pretende-se que a inserção da estátua e pedestal valorize o construído e o natural existente. Nesse sentido, os eixos e direcções da obra, bem como o local de implantação estabelecem relações geométricas com o edifício da Câmara Municipal e a casa de S. Nuno de Santa Maria.
Equilibra-se assim o vazio da cobertura do estacionamento público, formando um todo com os edifícios e vegetação envolvente.
Em termos estéticos, a proposta tem uma linguagem contemporânea, mas utiliza símbolos e formas perceptíveis por todos.
A Espada e a Cruz alinhadas são ícones que figuram a heroicidade e a santidade de S. Nuno. A silhueta humana geometrizada, tem como referência a imagem do Santo ajoelhado, rezando apoiado na sua arma. No topo da estátua, o vazio circular representa simultaneamente a cabeça e a auréola da personagem.
O pedestal é alusivo à conhecida “táctica do quadrado”, utilizada na Batalha de Aljubarrota. Aproveita-se da forma do lote para se conectar com rampas relvadas e bem delineadas, simbolicamente é como se a própria terra elevasse S. Nuno à condição de protagonista. Revela-se uma alternativa aos pedestais mais tradicionais uma vez que cria unidade com os arranjos exteriores.
De noite, iluminam-se as arestas das rampas e a base da estátua e, desta maneira, sublinham-se não só a cruz e a auréola do santo, como os símbolos de herói militar - o pedestal quadrado e a espada.
Resumindo, pretende-se uma obra que não só seja de fácil compreensão e de gosto popular, como também agrade aos apreciadores de escultura pela sua síntese e enquadramento urbano. Conciliando assim opiniões que não precisam de ser opostas.